APOSTASIAS BATISTAS
Desde que voltei a esta cidade, em fevereiro, a pergunta que mais freqüentemente ouvi foi esta: “Os batistas saíram da Igreja Católica Romana?” Minha resposta foi: “Não. Os batistas não saíram da Igreja Católica Romana. Pelo contrário, a igreja Católica romana saiu da primitiva vida batista do primeiro século, por uma evolução gradual e multissecular.” Sua apostasia do cristianismo original que Deus nos deu, por Cristo, seus apóstolos e nosso Novo Testamento, foi uma de várias apostasias batistas, que se deram através dos séculos. Não foi a primeira, e não será a última. Caveat!
Apostasia é o nome bíblico de desvios doutrinários da verdade e vida que Cristo revelou, e ordenou, como a norma obediente do cristianismo. A primeira apostasia batista foi a dos judaizantes, a doutrina de que, em um rito estipulado, não pode ninguém ser salvo, Atos 15:1. Foi a mãe de todas as heresias e apostasias. Começou primeiramente como uma heresia dentro das igrejas, tornando, se uma apostasia aberta, na altura da situação descrita na Epístola aos Hebreus e da Guerra dos Judeus contra Roma, que terminou na queda de Jerusalém. A segunda apostasia foi o gnosticismo, contra o qual Paulo e João admoestaram as igrejas. Era uma filosofia, erguida como autoridade sobre o espírito humano, em lugar da revelação. Geralmente ficava disfarçada no meio das igrejas constituindo a forma mais perigosa de apostasia, pois os traidores e guerrilheiros do falso constituem pior e mais perigoso inimigo da verdade do que o herege, que abertamente chefia uma apostasia. A terceira apostasia, da norma batista do primeiro século, foi a dos nicolaitas, cuja doutrina e obras características o Cristo da glória odeia. É a apostasia que obras que Cristo afirmou odiar. Oxalá todas as apostasias desaparecessem com igual rapidez.
A quarta apostasia, que posso discernir na história cristã, foi precisamente o velho catolicismo. Sua essência se manifestou no segundo século. Tornou-se multiforme, pois na e sempre houve numerosas seitas católicas. Expandiu em forma, diminuiu em espírito e degenerou em doutrina. Católicos romanos e católicos gregos ou ortodoxos, católicos sírios e católicos cópticos, católicos estipes, para cuja escravização o papa abençoou as legiões de Mussolini, e católicos armênios, católicos sírios e seus rivais de Mussolini, e católicos armênios, católicos sírios e seus rivais os católicos jacobitas de Malabar, Índia, os da Igreja Católica Velha, sem infalibilidade papal, e as muitas Igrejas Católicas Nacionais, a Igreja Católica Brasileira do bispo de Maura e a Igreja Católica Liberal de Dom Salomão Ferraz, e os demais catolicismos que nasceram ontem. Todos esses são a prole daquele primeiro catolicismo. Contei, há trinta anos, 43 variedades de católicos no mundo, sem mencionar os 65 ritos ou denominações dentro do romanismo e suas formas uniates, e as ordens monásticas, que divergem entre si muito mais do que os batistas e os presbiterianos. O catolicismo, de que tudo isto evolui, em muitos lugares e em formas divergentes, é apostasia do meio milênio, principalmente, que durou de 150 D. C. até 650 D. C. e culminou na Idade de Trevas. Adão não nasceu de Caim: o primeiro assassino nasceu e degenerou de Adão.
Quando, pois, falamos da apostasia, falamos biblicamente. Paulo assim falou, na sua segunda epístola. Alguém, com o pouco escrúpulo do herege, fizera propaganda entre os tessalonicenses do que “o dia de Cristo estava perto”, II Tes. 2:2. Cristo está perto, o dia de Cristo não estava perto. Já passaram 2.000 anos e ainda não chegou. E Paulo preveniu os tessalonicenses de que ele nunca fizera tal propaganda e que não fossem por enganados. Disse ele que aquele que não chegaria “SEM QUE ANTES VENHA A APOSTASIA e se manifeste o homem do pecado, o filho de perdição”, v.3. “Apostasia”, pois, é nome de movimento, e assim usamos o termo. Não significa que todos que acompanham o movimento estejam destituídos da salvação. Isto não é o assunto, nem é a verdade. Trata-se de fidelidade doutrinária. Em muitas das grandes apostasias dos séculos, o fato mais triste do caso é que muitas vezes homens salvos, originaram, e outras vezes acompanharam, tais apostasias. Estou usando, pois, a palavra apostasia no sentido bíblico, não no sentido católico romano da linguagem.