A
Confissão de Fé Valdense de 1120 A. D.
Seguem-se dois extratos da
história das Igrejas Evangélicas dos Vales de Piemont, por Samuel Morland,
publicado em Londres em 1658. Morland recebeu esta incumbência de Oliver
Cromwell, a fim de ajudar aos Valdenses e pesquisar sua história. As grafias
originais foram preservadas.
Depois de todas as provas autenticas
que foram levantadas, e que tem feito bem à Antiguidade das Igrejas Evangélicas
dos Vales do Piemont, até mesmo até ao tempo dos Apóstolos, se lá ainda
permanece qualquer escrúpulo na mente do leitor cristão a respeito desta Verdade,
a sua própria língua em suas Confissões de Fé ao longo do tempo, que tenho aqui
inserido nas formas que se seguem, será fácil descobrir se são eles judeus ou
galileus, a verdadeira semente de Abraão, ou uma geração falsificada. Pois, se
eles têm a Doutrina dos profetas e dos apóstolos de Jesus Cristo, então eles
são os verdadeiros sucessores e os legítimos Filhos de Abraão, tanto quanto
eles têm a fé de Abraão, Rom. 4 e 9 e 11, como Gregório Nazianzeno observa em
sua Oração, em magnum Athanasiu:
Uma
antiga Confissão de Fé dos Valdenses, Copiada de certos Manuscritos, datando do
Anno Dom. 1120. Ou seja, cerca de 400 anos antes da época tanto Calvino quanto
de Lutero.
Artigo
1.
Cremos e defendemos
firmemente tudo o que está contido nos doze Artigos do Símbolo, que é chamado o
Credo dos Apóstolos, tomando como Heresias tudo o que está em desacordo, e não
condizente com os referidos 12 artigos.
Artigo
2.
Nós acreditamos que há um
só Deus, Pai, Filho, e Espírito Santo.
Artigo
3.
Reconhecemos como as
santas Escrituras Canônicas, os livros da Bíblia Sagrada.
Os Livros de Moisés
chamados Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio e Josué, Juízes, Rute, 1º. Samuel, 2ª. de Samuel, 1º. dos Reis, 2º.
de Reis, 1ª. Crônicas, 2ª. Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos,
Provérbios de Salomão, Eclesiastes, ou O Pregador, Cantares de Salomão, as
profecias de Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias,
Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias, Malaquias.
Aqui seguem os Livros Apócrifos,
que não são recebidos dos Hebreus. Mas lemos (como disse St. Hierome em seu Prólogo a Provérbios) para
a instrução do povo, não para confirmar a Autoridade da Doutrina da Igreja: 2ª.
Esdras, 3ª. Esdras, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, com a
Epístola de Jeremias, Esther partir do décimo Capítulo até ao final, a canção
dos três Filhos na Fornalha, A História de Susanna, A História do Dragão, 1
Macabeus, 2 Macabeus, 3 Macabeus.
Seguem-se os livros do
Novo Testamento: Os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, Atos dos
Apóstolos, A Epístola de Paulo aos Romanos, 1 Coríntios 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1
Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemon, A Epístola aos Hebreus, A Epístola de Tiago,
a Primeira Epístola de Pedro, A Segunda Epístola de Pedro, a Primeira Epístola
de João, A Segunda Epístola de João, A Terceira Epístola de João, a Epístola de
Judas, o Apocalipse de João.
Artigo
4.
Os livros acima referidos
ensinam isto, que há um Deus, Todo-Poderoso, todo sábio, e todo bom, que fez
todas as coisas por sua bondade, Por foi formado Adão à sua imagem e semelhança,
mas que por inveja do diabo e a desobediência do mesmo referido Adão, o pecado
entrou no mundo, e que somos pecadores em Adão e por Adão.
Artigo
5.
Que Cristo foi prometido a
nossos pais que receberam a Lei, e que conhecendo pela Lei a seus pecados, a
injustiça e a insuficiência, pudessem desejar a vinda de Cristo, uma propiciação
por seus pecados, e o cumprimento da Lei por Si mesmo.
Artigo
6.
Que Cristo nasceu no tempo
determinado por Deus o Pai. Ou seja, no momento em que toda a iniquidade
abundava, e não por causa das boas obras, porque éramos Pecadores; mas que Ele pôde
nos mostrar graça e misericórdia, e como ser fiéis.
Artigo
7.
Que Cristo é a nossa vida,
verdade, paz e justiça, como também o nosso Pastor, Advogado, Sacrifício, e
Sacerdote, que morreu para a salvação de todos aqueles que creem, e ressuscitou
para nossa justificação.
Artigo
8.
Da mesma forma, nos mantemos
firmemente, que não há nenhum outro Mediador e Advogado para com Deus o Pai,
senão somente Jesus Cristo. Assim como Ele o foi [Mediador, Advogado e Salvador] para
a Virgem Maria, que era santa, humilde e cheia de graça; e, do mesmo modo, acreditamos
que o foi [Mediador,
Advogado e Salvador] para todos os outros Santos, que estão no céu e
aguardam a ressurreição de seus corpos no Dia do Juízo.
Artigo
9.
Acreditamos que depois
desta vida, há somente dois lugares, um para os salvos, e outro para os
condenados, e os quais estes dois lugares chamamos de Paraíso e Inferno,
absolutamente negamos que haja o Purgatório inventado e forjado pelo
Anticristo, sendo contrário à verdade.
Artigo
10.
Temos sempre considerado
como uma abominação indizível diante de Deus, todas essas Invenções dos homens,
ou seja, as festas e as vigílias dos santos, a água que eles chamam de santa [ou benta].
Da mesma forma, igualmente, o abster-se de carne sobre determinados dias, e
semelhantes; mas especialmente as suas Missas.
Artigo
11.
Consideramos como uma
abominação e como anticristãs, todas essas invenções humanas, que são um
problema ou prejuízo à Liberdade do Espírito.
Artigo
12.
Nós acreditamos que as
Ordenanças são sinais [símbolos, representações] das coisas sagradas, ou
formas visíveis representando a graça
invisível, considerando quão bom é que o fiel às vezes faça uso desses sinais
ou representações visíveis, se elas [as Ordenanças] podem ser realizadas. No entanto,
acreditamos e mantemos que o acima mencionado fiel pode ser salvo sem receber
os sinais acima referidos, no caso de ele não ter nem lugar nem os meios de
realiza-los.
Artigo
13.
Nós não reconhecemos
nenhuma outra Ordenança, senão o Batismo e a Ceia do Senhor.
Artigo
14.
Devemos honrar os poderes
seculares, com sujeição, pronta obediência, e pagamento de tributos.
As observações entre [colchetes e em vermelho] são minhas e não fazem parte
do texto original.
Outubro. 2015. Revisão 00.
Pr Miguel Maciel
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