sexta-feira, 12 de março de 2021

 

Somos [Nós] O Israel De Deus?

Thiago Freitas

(copiado de Somos o Israel de Deus? ) 

Um erro comum, que alguns cristãos têm cometido, e que tem dificultado uma interpretação saudável das Escrituras, é acreditar que somos o Israel de Deus. A alegação que tem sido feita, é que a Igreja tem ocupado o lugar de Israel. Essa falsa doutrina é chamada de “teologia da substituição”.

O que é a teologia da substituição?

Kenneth Gentry, define a “teologia da substituição” da seguinte maneira:

cremos que a Igreja sucedeu, para sempre, o Israel nacional como a instituição para a administração da benção divina ao mundo”.

À sua afirmação inicial, Gentry adiciona o seguinte embasamento: Ou seja, cremos que, no desenrolar do plano divino através da história, a Igreja cristã é a exata realização do propósito redentivo de Deus. Como tal, a Igreja sucede o Israel nacional como ponto de focalização do reino de Deus. Na verdade cremos que a Igreja se torna o “Israel de Deus” (Gl 6:16)…
[
E, a tantos quantos conforme esta régua- de- medir andarão , paz e misericórdia [sejam] sobre eles e (também) sobre o Israel [que é] propriedade- de Deus. (LTT)]

A teologia da substituição, ensina que os Judeus foram rejeitados por Deus, e não são mais o seu povo escolhido. Aqueles que assumem esse ponto de vista, rejeitam qualquer futuro étnico para o povo Judeu em relação as alianças bíblicas. Paulo, é claro, ao ensinar em Romanos 11, diz que apesar da incredulidade da nação de Israel ter levado eles, como ramos naturais, serem cortados, ele também garante que no futuro, quando vier, de Sião, o libertador, por amor aos patriarcas, por ser os dons e a vocação de Deus irrevogáveis, todo o Israel será salvo (Rm 11:25-29).
25) Porque não desejo vós desconhecer[des], ó irmãos, este mistério  (a fim de que não sejais sábios junto às vossas próprias [presunções] ): que [o] endurecimento  em parte tem vindo sobre Israel, (mas somente) até a plenitude dos gentios entrar.

26) E, assim, todo [o] Israel será salvo, como tem sido escrito: "Proveniente- de- dentro- de Sião virá o Libertador e desviará [as] impiedades para- longe- de Jacó."

27) E "esta [é] a aliança proveniente de Mim, para com eles, quando Eu houver plenamente- removido os seus pecados."

28) Quanto, em verdade, ao evangelho (as boas novas), (os judeus inconversos)  [são] inimigos, pelo vosso bem; quanto, porém, à eleição , [são] amados, em razão dos pais.

29) Porque impossíveis- de- arrependimento [são] os dons e o chamamento de Deus. (LTT)


Em outras palavras, o fato de a geração da primeira vinda de Jesus ter sido infiel ao Senhor, sua descrença não tem o poder de anular o que Deus prometeu incondicionalmente aos patriarcas.

Gálatas 6:16, tem sido o texto em que os defensores da teologia da substituição tem se apoiado para seus argumentos.E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Para eles, Gl 6:16 ensina que a Igreja sucedeu Israel: ”Se Abraão pode ter gentios como sua “descendência espiritual”, por que não deveria haver um Israel espiritual? De fato, os cristãos são chamados pelo nome “Israel”. (3)

O “Israel espiritual” realmente existe. Esse termo refere-se aos Judeus que confiaram em Jesus como o seu Messias. “Porque não é Judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém Judeu é aquele que o é INTERIORMENTE, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus (Rm 2:28-29). A Igreja no entanto, nunca é chamada de “Israel espiritual”. O Novo testamento não muda ou espiritualiza o sentido de Israel. Há 77 referências a Israel ou Israelita, e tais expressões nunca foram usadas como sinônimo de Igreja.

O texto em Gálatas 6:16 é simples e claro. A primeira parte do versículo 16: E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra”,  refere-se à regra recém mencionada por Paulo no verso 15: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser NOVA CRIATURA” (Gl 6:15). Esta é uma categoria espiritual que engloba todos os crentes, para os quais Paulo pronuncia uma benção: paz e misericórdia sejam sobre eles. A ela segue-se se comentário adicional: e sobre o Israel de Deus.

Se a intenção de Paulo fosse identificar “eles” como o “Israel de Deus”, então, porque não eliminou simplesmente o “e” após o “eles”? O resultado seria muito mais apropriado, caso Paulo tivesse identificado o pronome “eles”, ou seja, a Igreja, com o termo “Israel”. Nesse caso, o versículo seria traduzido da seguinte forma: “E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles, o Israel de Deus… Entretanto, Paulo não eliminou o “e”, deixando claro que ao invés de identificar a Igreja como o Israel de Deus, ser o próprio Israel de Deus. Se andar de conformidade com o ser Nova Criatura, experimentará de paz e misericórdia.

Gálatas refere-se a gentios que procuravam alcançar a salvação pela lei. Eles estavam sendo enganados pelos Judaizantes – Judeus que exigiam a adesão à lei de Moisés. Para estes, um gentio tinha de converter-se primeiro ao Judaísmo a fim de ser qualificado para a salvação em Cristo. Paulo argumenta que o que realmente é necessário para a salvação é a fé. Ele pronuncia uma benção sobre dois grupos de pessoas que deveriam seguir essa regra para a salvação. O primeiro grupo, referido na passagem pelo pronome “eles”, é o dos Cristãos gentios, a quem ele havia dedicado a maior parte da Epístola. O segundo grupo, é denominado de “o” Israel de Deus. Nesse caso, trata-se dos Cristãos Hebreus que, em contraste com os judaizantes, seguiam a regra da salvação unicamente pela fé.

Para concluir, vale mencionar o fato de que a Igreja só surge após a ressurreição do Senhor [Hélio amistosamente discorda http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/05InicioIgrejas-Helio.htm ). Deus O ressuscitou e fez dEle o cabeça do corpo, que é a Igreja, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (Ef 1:19-23). Não podemos nos esquecer que a Igreja era um mistério na Antiga Aliança (Rm 16:25-27 – ICo 2:6-10 – Ef 3:1-13 – Cl 1:24-29), e que ela, como já mencionado, se distingue de Israel em todo o Novo Testamento. No livro de Atos, tanto Israel como a Igreja existem simultaneamente. O termo Israel é usado 29 vezes, e o termo “ekklesia” (Igreja) é usado 19 vezes [em Atos]. Por fim, os capítulos 9 a 11 de Romanos nos proíbe de falar da Igreja como tendo tomado o lugar do povo Judeu, por isso, não empregue a linguagem da substituição de Israel pela Igreja.







 

Thiago Freitas

[Hélio de M.S. supriu alguns versos que só tinham a referência; colocou raras explicações entre colchetes [ ]; e lembra que, ao citar qualquer autor, concorda com a argumentação principal da citação, mas não necessariamente com tudo de todos os artigos dele.]

 

 

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