sábado, 21 de novembro de 2020

A Cruz do Cristo: Como Foi Carregada


Levou Jesus Sua Inteira Cruz Dentro Da Cidade, Depois Simão O Ajudou Levando Parte Da Cruz, E Cristo Prosseguiu Levando A Outra Parte?

Ou Levou Jesus Somente A Barra Horizontal (Patibulum) Dentro Da Cidade, Depois Simão Ajudou E Cristo Não Levou Mais Nada?

Ou Levou Jesus Sua Inteira Cruz Dentro Da Cidade, Depois Simão Ajudou E Cristo Não Levou Mais Nada?

 

 

 

Hélio de Menezes Silva, nov.2020.



Primeiramente, lembre-se de que a palavra grega "σταυρς = stauros", no contexto da Grécia bem antiga de muito antes de Roma, podia significar somente uma estaca, um poste. Mas, depois do ano 168 ANTES de Cristo, quando o Império Romano completamente venceu e substituiu o Império Greco-Macedônico através de todo o mundo que lhe interessou, mas manteve o grego como o segundo (e mais usado) idioma de comunicação onde quer que ele já dominasse, então a palavra "σταυρς = stauros" passou a designar a cruz com duas partes, uma vertical e outra horizontal, que usavam no modo característico de Roma para executar os condenados à morte, com incrivelmente dolorosa e longa tortura que às vezes durava dias.

Agora, vejamos versículos que falam da crucificação do nosso Senhor e Salvador e Deus, Jesus, o Cristo:

 

 

 

João 19:16-17: JESUS FOI TIRADO PARA FORA DO SALÃO- DE- JULGAMENTO E DE TORTURA (NO PALÁCIO DE PILATOS) E, AO SAIR, LEVAVA A SUA INTEIRA CRUZ (σταυρς = stauros).

16) Então, pois, [Pilatos] O entregou a eles, a fim de que fosse crucificado. E estes tomaram Jesus e O levaram embora.

17) E, levando Ele a Sua cruz, saiu Ele [do palácio] para dentro do lugar sendo chamado de 'Local de uma Caveira' (o qual é chamado, em hebraico, de Gólgota),

 

 

 

Mt 27:31-32: AO SAIR JESUS DA CIDADE, COLOCARAM A INTEIRA CRUZ (σταυρς = stauros) SOBRE SIMÃO, UM CIRINEU

31)  E, depois que escarneceram dEle, Lhe tiraram fora a capa, e Lhe vestiram as vestes dEle mesmo, e O levaram embora para O crucificar.

32) E, enquanto estavam saindo [da cidade], encontraram um homem, um cireneu, [tendo] por nome Simão; a este obrigaram que levantasse- e- carregasse sobre si a cruz dEle.

Lc 23:26

26) E, enquanto O levaram, eles, havendo lançado mãos sobre um certo Simão (cireneu, vindo proveniente- de- junto- do campo), puseram- sobre ele a cruz, para ele a levar- sobre- si em- seguimento- a Jesus.

Mc 15:20-21:

20) E, depois que escarneceram dEle, então Lhe despiram a veste de púrpura e O vestiram com as próprias vestes dEle; e O levaram para fora [do palácio], a fim de O crucificarem.

21) E obrigam um certo Simão, cireneu (o pai de Alexandre e de Rufo), que por ali estava passando vindo proveniente- de- junto- do campo, a que levantasse- e- carregasse sobre si a cruz dEle.

 

 

 

NOTA HISTÓRICA 1:

"... dentro e em torno de um local sagrado como Jerusalém [com seu Templo e seus sacrifícios], a lei religiosa proibia que qualquer pessoa [de Israel, que queria continuar DIGNA de adorar no Templo] tocasse em algo impuro. Assim, Jesus e os dois ladrões crucificados com Ele tiveram que carregar a σταυρς [= stauros, isto é, tanto o poste vertical quanto o patibulum. a barra horizontal. Dentro de Jerusalém, ninguém poderia carregá-la para eles]

Em lugares mais seculares [isto é, não considerados santos pela população] , através de todo o Império Romano, os postes verticais impuros [aos olhos do SENHOR e do Seu povo, por serem instrumento de morte, em contato com cadáveres, sujos de sangue e fezes] permaneciam [fincados] no chão esperando sua próxima vítima.
"

Historiador Hershel Shanks https://www.biblicalarchaeology.org/daily/biblical-topics/crucifixion/roman-crucifixion-methods-reveal-the-history-of-crucifixion/ [Hélio não gosta de alguns dos desenhos e palavras dele, particularmente sugerindo que foram usadas cordas e não cravos. Mas o argumento dele, acima, faz todo sentido e é compatível com a Bíblia.]

 

 

NOTA HISTÓRICA 2:

"... Neste ponto, vamos tratar da tortura romana da crucificação na sociedade judaica (hebraica). De acordo com Monsenhor Ricci [a quem combato, nos aspectos da crucificação], Jesus carregou apenas o patíbulo [a parte horizontal da cruz]. Sua suposição foi baseada no fato de que os romanos costumavam manter os estipes ou estipites [a parte vertical da cruz] fincados no terreno designado para a crucificação dos condenados. Esta suposição está certa [para todos os outros locais], mas não é adequada para a Palestina, e para Jerusalém em particular, onde o Templo e a presença de muitos sacerdotes que nele serviam obrigavam que a observância das regras judaicas fosse mais estrita e mais rigorosa do que em qualquer outro lugar.

De acordo com a crença judaica, as pessoas tinham que evitar qualquer contaminação com tudo o que tinha tocado o sangue de um condenado ou vítima de uma violenta morte. A regra afirmava que tudo tinha que ser queimado ou removido. Além disso, tudo o que foi tocado por um cadáver era considerado "impuro", motivo pelo qual quem tivesse que enfrentar tal evento [de tocar no cadáver] (por causa do amor, trabalho ou compaixão), teria que se submeter à purificação de acordo com regras estritas. As regras mencionadas acima estão listadas em Números (19:11-21; 31:18-24). As mesmas regras, mas muito mais detalhadas, foram citadas pela tradição judaica no Talmude, onde elas foram cuidadosamente codificadas.

Era impossível, portanto, que, na comunidade judaica dentro e próxima ao redor de Jerusalém, os romanos pudessem manter os estipites [partes verticais da cruz] permanentemente fincados em seus lugares, apesar do fato de estarem poluídos com o sangue e as fezes dos condenados. ... ... ...

[Em Jerusalém e suas proximidades,] uma vez que o corpo morto do condenado tivesse sido enterrado ... ... ..., a cruz tinha que ser enterrada ou queimada em um solo não consagrado, longe de qualquer cidade ou vila. ... ... ... Temos que deduzir que eles [os romanos] não ajudavam os condenados locais a carregarem aqueles postes [quer cruzes completas, em Jerusalém, ou somente seus patíbulos, noutras cidades] nos próprios dias de suas crucificações. Tanto cuidado misericordioso [do cruéis romanos], prestado a homens condenados à aviltante tortura da crucificação, teria sido bastante inacreditável. Os condenados tinham que carregar suas próprias cruzes até o local designado para suas execuções. Esta é a razão pela qual Jesus foi tão rapidamente libertado do peso de Sua cruz que foi dado ao infeliz Simão de Cirene."

Historiador C.M.Glori, em http://www.acheiropoietos.info/proceedings/GloriWeb.pdf [Hélio não gosta do viés romanista e de alguns dos desenhos e palavras dele. Mas o seu argumento, acima, faz sentido e é compatível com a Bíblia.]


CONCLUSÕES por Hélio:
Uma vez que "em Jerusalém e suas proximidades, uma vez que o corpo morto do condenado tivesse sido enterrado ... ... ..., a cruz tinha que ser enterrada ou queimada em um solo não consagrado, longe de qualquer cidade ou vila," então eu tendo a concluir, até alguém apresentar irrefutáveis provas contrárias, que:

a) Em Jerusalém, depois de cada execução a cruz completa era arrancada, queimada e enterrada muito longe;

b) Em Jerusalém, cada condenado à crucificação tinha que carregar uma inteira cruz NOVA, pelo menos até sair da cidade;

c) Jesus levou toda a cruz (entre menos de 30 kg, se madeira leve e pouco grossa, a mais de 100 kg, se madeira pesada e grossa? Mais provavelmente em torno de 50 kg?), cerca de 120 metros no plano desde o Palácio de Pilatos até o portão de Gennath? Depois Simão Cananeu levou mais cerca de 480 metros, ladeira acima, até o Gólgota?

  

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