Bíblicos, [portanto] Batistas, Literalistas, ...

Reprodução Humana no Estado Perpétuo?

 

Traduzido e livremente adaptado por Hélio, nov. 2020, a partir de http://www.parsonrob.com/eternal-generations---will-natural-life-continue-in-eternity.html

 

Parson Rob

 

Eu acredito que, para uma parte da humanidade convertida durante o Milênio e viva ao final dele, haverá reprodução, geração de filhos, no Estado Para Todo O Sempre. Esta é uma conclusão controversa, mas acredito que seja firmemente garantida pelas Escrituras. E eu não

estou sozinho em pensar e declarar isso. (A "Bíblia de Referência Anotada de Dake" (mesmo não sendo solidamente correta em algumas doutrinas importantes) e alguns outros dispensacionalistas clássicos também ensinaram isso antes de mim.)

 

Agora, todos nós sabemos que todos aqueles que verdadeiramente creram em cada palavra da Bíblia (por isso creram no Salvador e Senhor e foram convertidos e salvos), e depois morreram, e serão ressuscitados em corpos glorificados no dia do Arrebatamento e no Revelação do Cristo ^{(para corporal e visivelmente reinar sobre a terra os primeiros 1.000 anos)}, esses não mais casam nem são dados em casamento (Marcos 12:25).

Porquanto, quando para- fora- de- entre [os] mortos ressuscitarem, nem eles _{(os homens)} casam, nem elas _{(as mulheres)} são dadas em casamento, mas _(ambos) são como [os] anjos que [estão] noS céuS.

[
Bem, lembremo-nos de que, da humanidade em seus atuais corpos, somente aqueles (judeus ou gentios) que forem convertidos durante a Tribulação, e que restarem vivos ao final dela, serão admitidos nesses seus atuais corpos, para dentro do Milênio, podendo se casar e reproduzir.
No entanto, em nenhum lugar da Bíblia somos informados de que, aos tais ou aos seus descendentes que forem convertidos durante o Milênio, Deus não mais permitirá amor conjugal e que se reproduzam. Repito: Nunca foi dito na Bíblia que Deus, ao final do Milênio, os ressuscitará se tiverem morrido, ou os fará morrer e ressuscitarem, ou transmutará os que estiverem vivos, e eles não mais terão a mais remota possibilidade de pecar, mas Deus não lhes permitirá que formem família, tenham relacionamento marido-esposa, e se reproduzam.
]

Em Apocalipse 22:2, somos informados de que:

(Ap 22:2) No meio da rua- larga dela _{(da cidade)}, e deste lado e daquele lado do rio, [estava a] árvore  d[a]  vida, produzindo doze [tipos de] frutos, a cada um mês dando o seu frutO. E AS FOLHAS DA ÁRVORE [SÃO] PARA TERAPIA- CURA  DAS NAÇÕES.

 

Temos neste versículo dois fatos significativos

a) a restauração da Árvore da Vida que havia no Jardim do Éden e
b) a necessidade de terapia- cura para as nações.

Isso sugere a restauração do ordenamento do Jardim do Éden, no qual o homem não tinha vida em si mesmo, mas esta era comunicada pelo sustento divino por meio da Árvore da Vida. Assim, parece que, no Estado Perpétuo, haverá as nações fora da Nova Jerusalém, e elas estarão, como Adão e Eva no Éden, existindo sobre a terra, com corpos não glorificados que somente estarão livres da decadência por meio da comunicação de vida de Deus [regularmente comendo eles das folhas da Árvore da Vida].

 

As nações [da terra] são claramente distintas de nós, os santos [do VT e do NT] ressuscitados [ou transmutados] [que estarão em corpos glorificados], pois estes moram dentro da Nova Jerusalém (Ap 22: 3-5, He 11:10, 12:22, Gl 4:26), e as nações moram fora.

    Ap 22:3-5  3 E toda- e- qualquer maldição não mais haverá [ali]. E o tronO [que é] de Deus e do Cordeiro nela estarÁ; e os escravos dEle _{(de Deus)} prestarão culto a Ele _{(a Deus)}, 4 e verão o rosto dEle, e o Seu nome [está] sobre as testas deles. 5 E noite não haverá ali, e _{(seus habitantes)} necessidade não têm de lâmpada nem de luz d[o] sol, porque [o] Senhor _(Jesus) Deus os ilumina. E eles reinarão para os séculos dos séculos. LTT

    Hb 11:10 Porque ele _(Abraão) anelantemente- esperava a cidade [que está] tendo fundamentos, da qual _(cidade) [o] projetista- artífice e mestre- construtor [é] Deus. LTT

    Hb 12:22 Mas vós [já] tendes chegado a[o] monte Sião, e à cidade de [o] Deus [que está] vivendo (_{(isto é,)} [à] Jerusalém celestial), e às miríades de anjos (_{(isto é,)} ao (festejante) ajuntamento de todos [estes] _(anjos) ), LTT

    Gl 4:26 Mas a Jerusalém de acima livre é; a qual é [a] mãe de todos nós. LTT

 

A grande verdade do dispensacionalismo clássico é que os salvos de entre as assembleias locais constituem um povo celestial, não um povo terreno. A respeito das nações [do Estado Para Todo O Sempre], somos informados em Apocalipse 21:24:

 

(Ap 21:24) E, as nações dos [homens] estando- salvos, na luz dela _{(a glória de Deus)} andarão; e os reis da terra trazem a glória e a honra deles para dentro dela _{(a cidade)}.

 

Assim, as nações habitam fora da cidade, e são grupos étnicos, e são distintos entre si

(ao contrário dos salvos de entre as assembleias locais, cada assembleia local sendo um corpo [o corpo de o Cristo] supranacional, sem distinções nacionais em sua essência celestial)

e as nações têm reis humanos [embora subalternos ao Rei dos Reis, claro].

 

Da mesma forma, Daniel 7:14,18 distingue entre os santos [isto é, os salvos do VT e de entre as assembleias locais] que governam e as nações que são governadas:

 

    Dn 7:14 E foi-Lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio [é] um domínio eterno, que não passará, e o Seu reino tal, que não [será] destruído.

    Dn 7:18 Mas os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre, e de eternidade em eternidade.

 

Embora Apocalipse 21 e 22, em si mesmos, não provem que o casamento e a criação de filhos existirão no Estado Para Todo O Sempre, eles solidamente estabelecem a possibilidade disso.

 

Existem algumas declarações nas Escrituras que indicam a probabilidade de haver reprodução no Estado Para Todo O Sempre.

 

Gênesis 9:12

E disse Deus: "Este [é] o sinal da aliança que faço entre Mim e vós, e entre toda a criatura vivente, que [está] convosco, por GERAÇÕES ETERNAS.

 

Aqui, fazemos referência a um número "eterno" de gerações. Veja também Salmos 100: 5 = Sl 45:17 = Sl 119: 90

Porque o SENHOR [é] bom, e eterna a Sua misericórdia; e a Sua verdade dura DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

 

[Resumindo do dicionário M-W, uma geração é assim definida:

 

1) um grupo de seres vivos constituindo um único passo na linha de descendência de um ancestral [1ª, 2ª, 3ª, 100ª, 1.000a gerações de Abraão]

 

2)  ação ou processo de produção de descendentes: Procriação [Israel fez a geração/procriação de José, José fez a geração/procriação de Manassés, etc.]

 

3) o tempo médio entre o nascimento dos pais e o de seus filhos [hoje, a cada geração podemos atribuir cerca de 30 anos]

 

Portanto, mentalmente substitua essa definição a cada ocorrência da palavra "geração" em todos os versículos aqui citados. Por exemplo, Gênesis 9:12 pode muito bem (e deve) ser mentalmente entendido como se fosse: "E disse Deus: "Este [é] o sinal da aliança que faço entre Mim e vós, e entre toda a criatura vivente, que [está] convosco, por eternos PASSOS NA LINHA DE DESCENDÊNCIA (OU NO PROCESSO DE PROCRIAÇÃO). "

]

Gênesis 15: 5

Então o levou fora, e disse: "Olha agora para o céU, e conta as estrelas, se as podes contar." E disse-lhe: "Assim [será] a tua semente."

 

Portanto, os descendentes de Abraão são impossíveis de serem contados. Muitos dirão que essa impossibilidade de contar é uma hipérbole, um exagero, e somente significa que dá um trabalhinho para contar, outros dirão que este número grande (mas que dá para contar) já se cumpriu antes da Diáspora, ou que será cumprido no Milênio, mas acho que Gênesis 15:5 ensina que este número é impossível de ser contado, mesmo com os computadores de hoje e de sempre, pois não é um número fixo, a multiplicação da semente de Abrão sempre estará ocorrendo, os filhos de Abraão se multiplicarão perpetuamente, sempre estarão se multiplicando.

 

Alguns dispensacionalistas, como Charles Ryrie, veem as promessas a Israel sendo [todas elas, totalmente] cumpridas dentro do Milênio, nenhuma promessa restando para depois. No entanto, não creio que isso seja satisfatório. Eu acredito que a herança [do grande multiplicar] da família de Israel dura para sempre. Israel recebe uma promessa terrena que se cumpre de uma forma terrestre (Ezequiel 37: 25-28, Jeremias 31:36).

    Ez 37:25-28  25 E habitarão na terra que dei a Meu servo Jacó, em que habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre, e Davi, Meu servo, [será] seu príncipe eternamente. 26 E farei com eles uma aliança de paz; e [será] uma aliança perpétua [com eles]. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o Meu santuário no meio deles para sempre. 27 E o Meu tabernáculo [estará] com eles, e Eu [serei] o seu Deus e eles [serão] o Meu povo. 28 E os gentios saberão que Eu [sou] o SENHOR que santifico a Israel, quando estiver o Meu santuário no meio deles para sempre. LTT - 2018 (com notas)

    Jr 31:36 Se falharem estas ordenanças de diante de Mim, diz o SENHOR, deixará também a semente de Israel de ser uma nação diante de Mim para sempre. LTT - 2018 (com notas)

 

Em Isaías 66:22, a existência de Israel como uma nação é mencionada em conexão com os Novos Céus e Nova Terra:

 

Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, permanecerão diante da Minha face, diz o SENHOR, assim também há de permanecer a vossa semente e o vosso nome.

 

Nesta visão, o Milênio é um período de transição, e o Estado Perpétuo é essencialmente uma continuação do mesmo programa prometido a Israel para durar perpetuamente.

 

Eu sugeriria que existem outras vantagens na visão que estou defendendo.

a) Essa visão defende que o casamento, o amor conjugal, a procriação, a multiplicação da semente, é a primeira de todas as coisas criadas por Deus para Adão e Eva, portanto têm caráter supremamente de bem-aventurança, de santidade, de qualidade supremamente boa e agradável a Deus. Parece estranho que algo tão abençoado como o casamento e a gravidez se perdesse após a destruição do pecado e da morte (após o Tribunal do Grande Trono Branco).

b) A visão convencional do Estado Perpétuo faz com que o Paraíso terrestre do Éden seja apenas um estágio de transição nos planos de Deus que poderia ser descartado. Isso parece dar a vitória ao Diabo na destruição do Paraíso.

c) Para a humanidade salva durante o Milênio e que não experimentar a morte e for resguardada por Deus durante a criação do Novo Céu e da Nova Terra, e que formará as nações que encherão o planeta terra ficando fora da Nova Jerusalém, o Estado Perpétuo reproduzirá exatamente as mesmíssimas condições criadas por Deus para Adão e Eva e o Jardim do Éden, porque Deus criou o que é perfeito, e o que é perfeito não precisa nem pode ser melhorado e aperfeiçoado, nem mesmo pode ser mudado.

 

Suspeito que um pouco de influência do filósofo grego Platão [de terrível influência em Agostinho de Hipona, Eusébio de Cesareia, Clemente de Alexandria,  pais da igreja católica (e nas suas filhas e netas), o qual Platão hoje queima no inferno] [que via coisas materiais, corporais, sexo, reprodução, como intrinsicamente inferiores a tudo meramente mental e idealístico] pode ter atrapalhado muitos crentes e muitas assembleias locais para rejeitarem a glória e a esperança de um Paraíso ^{[Jardim do Éden]} Terrestre Para Todo O Sempre, incluindo a continuação, para sempre, da família humana [com a sublime pureza do relacionamento conjugal, geração de filhos, gravidez, parto, criação dos filhos, etc.]

 

Parson Rob

 

(traduzido e livremente adaptado por Hélio, nov. 2020.)

(Ah, pequena explicação: sem sempre me lembro, mas, quando o faço, prefiro reservar o adjetivo "eterno" somente para o Deus Triúno (o Deus único e uno, em três pessoas divinas), porque só Ele tem eternidade passada. Já nós teremos vida perpétua, que dura para sempre na eternidade futura, mas não temos eternidade passada, o nome vida eterna não é apropriado por não se aplicar ao passado. O reino dos céus sobre a terra durará para sempre na eternidade futura, é sem fim, é perpétuo, mas não existiu na eternidade passada. Hélio.)