sexta-feira, 23 de abril de 2021

Nunca Duvide Da Inspiração E Canonicidade De Apocalipse 

Hélio de Menezes Silva

 (abril.2021)


Hélio, Estão Me Pondo Dúvidas Sobre Inspiração E Canonicidade De Apocalipse!

 Resposta:

 

1) Fui impactado por um professor de Análise E Desenvolvimento De Sistemas que de vez em quanto repetia para a classe repetia o provérbio

    garbage in, garbage out

que equivale a dizer‎

    se você aceita lixo como entrada, vai produzir lixo na saída.

 

Portanto, amigo, falando com amor à sua alma, mas curto e grosso, a primeira coisa que você deve fazer é se afastar imediata, completa e definitivamente de todos e de tudo que possam diminuir sua fé em qualquer letra de qualquer palavra da Bíblia. OK?
Afaste-se imediata, completa e definitivamente de todos e de tudo que possam diminuir sua fé em qualquer letra de qualquer palavra da Bíblia.

 

O ser humano tem uma tendência para um distúrbio, uma mania, misto de revisionismo e invencionismo, sempre buscando revisar algo que está estabelecido há séculos e milênios, por homens mais sinceros e competentes que ele, e sempre procurando inventar ou descobrir novas coisas que ninguém jamais descobriu ou inventou. Talvez raramente isso não seja uma perda de tempo ou um desastre, em outras áreas, mas, na área de Bíblia e teologia, essa obsessão por revisionar e inventar pode ser muito maléfica para ele e para outros, e tem sido o motor de centenas ou milhares de seitas e de desastres pessoais.

 

Eu exerci Engenharia Civil durante anos, mas, depois de construído e entregue uma estrada ou edifício, sendo aprovada pelo tempo e pelo uso, eu nunca fiquei conferindo meus cálculos, nem a cada mês escavando para checar as fundações, etc.
Nunca andemos para trás mas sim para frente.
Estejamos sempre contruíndo sobre as verdades já estabelecidas (temos tanto a fazer e crescer, para frente!), ao invés de cada dia retroceder, desmanchar, e reexaminar o que já fizemos.

 

Cirurgiões vão fazer uma operação de 1 hora em meu neto, mas já estão demorando 5 horas, e um deles sai para me avisar que estão apenas deixando seus alunos fazerem e refazerem a cirurgia? Eu bradarei "Larguem, seus perversos! Deixem-no em paz, tragam-no fora, deem tudo por terminado, tirem-no dessa incessante mesa de cirurgias, tudo terminou bem, arrumem outra coisa para fazer!" Da mesma maneira digamos aos que há milhares de anos querem estar sempre usando bisturi e outras desgraças sobre a palavra de Deus.

 

 

 

2) Pequenas diferenças diferenças de estilo entre um e outro livro de um mesmo autor são esperáveis. Pode tomar qualquer autor e examinar por programas de computador o que ele escreveu aos 20/30 anos de idade, no país em que nasceu, em um livro sobre um assunto-1, e comparar com o que ele escreveu aos 80/100 anos de idade, em um outro país em que passou a morar já fazem anos, em um livro sobre um assunto-2, e você vai ficar surpreso que há algumas pequenas mudanças.

 

Exemplo-1, até meus 30 ou 35 anos eu sempre escrevia "Eu e fulano fomos a Recife", depois eu vi que meus melhores amigos crentes de alguns outros países sempre escrevem na ordem contrária, "Fulano e eu fomos a Recife ", e eu percebi que isto é mais educado e mais de acordo com o princípio bíblico de nos fazermos servos de todos, pormos o próximo em primeiro lugar e nós mesmos em derradeiro lugar, e desde então eu mudei meu modo de escrever, entende?

 

Exemplo-2, na minha vida acadêmica eu escrevi muitas apostilas de uso restrito à disciplina que estivesse ensinando, escrevi um livro impresso (de Matemática Discreta e Lógica), escrevi 2 teses na área de Ciência da Computação, e escrevi muitos artigos técnicos para congressos internacionais e nacionais, em inglês e português. Por outro lado, também escrevi umas 10 apostilas para cursos de teologia, depois uns 10 livros, e uns 1000 artigos de teologia no meu site Solascriptura-TT, e confesso a você que há grande diferença de vocabulário e estilo ente escritos técnicos, escritos teológicos, e cartas pessoais. Grande diferença. E, mesmo em uma só grande área, como teologia, há bastante diferença de vocabulário e estilo entre um meu sermão na feira pública, ou ensinando inteligentes jovens na igreja, ou falando a uma pequena igreja de agricultores inteligentes mas sem muito estudo, ou falando a um grupo de pastores mais experientes e sábios que eu. Grande diferença entre meu estilo na década de 80 e 90, e agora, em 2021.

 

Então, se você tomar as 3 epístolas de João (1Jo escrita na Judeia, 2Jo e 3Jo escritos em Éfeso), todas as 3 epístolas escritas no ano 69, estando João em liberdade e entre judeus cristãos, e as comparar com Apocalipse, escrita em 96 (27 anos depois), estando João prisioneiro e entre outros presos na maioria gentios descrentes, na ilha de Patmos, é de se esperar que haja pelo menos pequenas diferenças de vocabulário e estilo entre as epístolas e o Apocalipse. Ainda mais que:

- As epístolas visaram enfatizar os pontos essenciais do Evangelho, anunciar o Palavra da Vida para haver comunhão entre os crentes e entre eles e Pai e o Palavra, e avisar contra heresias incipientes;

- Apocalipse teve como objetivo primário e imediato o de preparar e fortalecer os cristãos de 7 das igrejas da Ásia Menor, para que permanecessem esperançosos e fiéis contra as perseguições por vir. Mas vai muito além, ao ensinar e preparar todos nós quanto ao futuro arrebatamento; ou contra a apostasia, o anticristo, falso profeta, diabo e demônios furiosos e restritos à terra, na grande tribulação; ou sobre o Armagedom, a vitória sobre todos os inimigos de Deus, as bênçãos do reino milenar, a revolta final, o julgamento e morte de todos os descrentes ainda vivos durante a tribulação, o aniquilamento de todo o universo, o julgamento do grande trono branco (todos os descrentes indo para o eterno lago de fogo com penas proporcionais às suas obras), a nova terra e o novo céu, a Nova Jerusalém, o estado final e eterno dos crentes e dos descrentes.

Portanto, é de se esperar que haja pequenas diferenças de vocabulário e estilo entre as epístolas e o Apocalipse.

 

 

 

3) Um livro é canônico quando, desde o seu 1º (primeiro!) dia, foi plenamente aceito por todo o fiel povo de Deus (católicos e alegoristas nunca o foram) como divinamente inspirado, pois ele realmente o é. Cânon significava originalmente "vara de medir", depois "norma ou regra" (Gl 6:16), e hoje significa "catálogo, fechado e intocável, de uma revelação completa e divina". A "canonização" de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim que homens formalmente declararam oficialmente o que sempre foi reconhecido desde o princípio, por todos os crentes fieis e dirigidos pelo Espírito Santo (católicos e alegoristas nunca o foram).

"O Concílio [católico romano e ecumênico] de Nicéia

[ano 323, dirigido pelo católico imperador Constantino, o grande empoderador do catolicismo romano, certamente não salvo, somente submerso (parcialmente) em águas depois de ser tido como morto ou a minutos da morte],

[concílio reunido com outro objetivo principal] não se reuniu para discutir [ou determinar, conceder autoridade] quais são os livros que compunham [a soma total de] o cânon do Novo Testamento. O Concílio de Niceia apenas RECONHECEU quais eram os livros que a igreja, desde o início, considerou ser a [verbalmente inspirada] Palavra de Deus." https://www.blueletterbible.org/faq/canon.cfm

 

 

 

4) https://www.michaeljkruger.com/the-book-of-revelation-how-difficult-was-its-journey-into-the-canon/  

A. A recepção de Apocalipse [como palavra de Deus] foi impressionante desde o início. Talvez nenhum outro livro do NT tenha tido maior aceitação. Temos evidências de uma recepção precoce, ampla e consistente de Apocalipse. Nossa evidência remonta a Papias (cerca do ano 125) e também inclui Justino Mártir, Irineu, o Fragmento Muratoriano, Hipólito, Clemente de Alexandria, Tertuliano e Orígenes. Essa é uma lista impressionante.

 

Além disso, é importante notar que quase todos esses pais da igreja aceitaram o livro do Apocalipse pelos mesmos fundamentos, ou seja, a [unânime] crença de que o apóstolo João, filho de Zebedeu, foi seu autor.

 

BW Bacon foi tão impressionado com a recepção inicial da Apocalipse que ele foi capaz de dizer: "Não há nenhum livro em todo o Novo Testamento, cujo atestado externo [testemunho dado a respeito ele por escritores crentes dos séculos I e II] possa se comparar com o de Apocalipse, quanto a proximidade, clareza, inquestionabilidade, positividade da declaração [isto é, a declaração de total aceitação de sua plena e inerrável inspiração de cada palavra]." ( The Making of the New Testament , página 190).

 

 

B. As objeções ao livro de Apocalipse vieram muito depois e foram muito limitadas. Nossa primeira evidência de qualquer objeção real ao livro do Apocalipse vem da pessoa de Gaius no início do terceiro século [entre 201 e 250 dC], que rejeitou o livro [por odiar muito do que ensinava, por odiar os Montanistas por crerem no livro, e] com o fundamento [imaginação, calúnia somente inventada por ele] de que era uma falsificação do herege Cerinto. Curiosamente, esta é realmente a única objeção específica que já ouvimos de alguém que rejeitou o livro (a maioria dos estudiosos concorda que o chamado "Alogoi" mencionado mais tarde por Epifânio NÃO é um grupo real).

[Epifânio teria inventado a existência dos Alogoi, um grupo de cristãos heterodoxos (isto é, herético) na Ásia Menor que teria florescido em cerca do último ano do século II, 200 d.C., e teria ensinado que o ‎‎Evangelho‎‎ de João e o Apocalipse de João (Livro do Apocalipse) não eram obra do Apóstolo João, mas de seu adversário Cerinto.‎]

 

Dionísio [herético, alegorista bispo] de Alexandria [berço de heresias], no final do século III [depois de 280 ?], argumenta que o Apocalipse foi escrito por outro João além do apóstolo João. Eusébio [também muito herético] parece concordar com ele. Mas, é importante notar que Dionísio NÃO rejeitou o livro com base nisso (apesar da impressão que muitos dão de que ele o fez), mas ainda considerou Apoclipse como sagrado e inspirado [embora declarando que seu autor não foi o apóstolo João].

 

 

C. As objeções a Apocalipse nunca foram motivadas por fatos históricos . Como observamos acima, a principal (e até certo ponto, a única) pessoa que ofereceu objeções específicas ao livro de Apocalipse na igreja primitiva foi Gaius, que acreditava que o livro era uma falsificação feita por Cerinto. Mas, o que o levou a essa conclusão? Não foram os méritos históricos do livro, mas sim a objeção [o ódio] de Gaius ao quiliasmo (a crença em um literal reino milenar Cristo [visível e corporalmente reinando direta e fisicamente]).


[Aí está todo o problema: Quem se aproxima da Bíblia já com a ideia fixa e imutável contra

<<<< futuros e literais arrebatamento; apostasia, anticristo, falso profeta, diabo e demônios furiosos e restritos à terra, na grande tribulação; Armagedom, a vitória sobre todos os inimigos de Deus, as bênçãos do reino milenar, a revolta final, o julgamento e morte de todos os descrentes ainda vivos durante a tribulação, o aniquilamento de todo o universo, o julgamento do grande trono branco (todos os descrentes indo para o eterno lago de fogo com penas proporcionais às suas obras), a nova terra e o novo céu, a Nova Jerusalém, o estado final e eterno dos crentes e dos descrentes.>>>>,

esses rebeldes leem o Apocalipse e o rejeitam em ódio.
Mas quem se aproxima da Bíblia com a firme convicção de que toda ela, de capa a capa, é a perfeita palavra de Deus em cada palavra e letra, este sai abençoado de cada leitura do livro de Apocalipse. Ap 1:3
"Bem-aventurado [é] aquele [que está] lendo, e aqueles [homens] [que estão] dando ouvidos às palavras desta profecia, e preservando- e- obedecendo às coisas nela tendo sido escritas; porque o tempo [está] vizinho. "    Hélio.]


Gaius se opôs aos ensinamentos quiliásticos [afirmando o reino milenar de Cristo] da igreja, particularmente ao quiliasmo que ele atribuiu a Cerinto. Há pouca dúvida de que a referência a um milênio em Apocalipse 20 levou Gaius [pelo seu ódio a isso e aos Montanistas] a presumir erroneamente que o Apocalipse foi produto da pena de Cerinto.

 

D. Objeções ao livro de Apocalipse foram finalmente resolvidas. Embora Gaius esteja praticamente sozinho em suas objeções específicas ao Apocalipse, aparentemente isso, depois, teve um efeito negativo em alguns setores da igreja. Particularmente no Oriente [a igreja católica ortodoxa grega, começada no século IV], houve um ressurgimento das dúvidas sobre o livro a partir do século IV e depois.

No entanto, também houve muitos que apoiaram o livro. Ele foi afirmado pelos sínodos [católicos romanos] de Hipona (c. 393) e Cartago (c. 397). Também foi recebido por Filastrio de Brescia (c. 385), Rufino de Aquiléia (c. 404), Jerônimo (c. 414) e Agostinho (c. 426). E a razão pela qual esses grupos aceitaram o livro [de Apocalipse] era simples: era um livro antigo citado pelos pais da igreja primitiva como oficial. E por isso, eventualmente, a opinião deles prevaleceu.

No final, a problemática jornada canônica do Apocalipse nos lembra de  que o desenvolvimento do cânon do NT nem sempre foi um assunto suave e puro. No entanto, também permanece o fato de que, no caso do Apocalipse, os problemas tinham pouco a ver com os méritos históricos do livro em si, mas sim com os pecadilhos teológicos particulares de alguns na igreja primitiva [quem já tinha ódio a certas doutrinas, preferiu procurar amputar ou modificar parte da Bíblia, ao invés de aceitá-la e de abandonar as suas doutrinas que eram contrárias a ela]. Quando a história real do livro de Apocalipse é compreendida, seu status canônico esgue-se e permanece de pé sobre as poucas [tardias e fracas] dúvidas [levantadas].

 

https://www.michaeljkruger.com/the-book-of-revelation-how-difficult-was-its-journey-into-the-canon/  

 

 

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                                                                    Hélio de Menezes Silva

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