Nunca Duvide Da Inspiração E Canonicidade De Apocalipse
Hélio de Menezes Silva
Hélio, Estão Me Pondo Dúvidas Sobre Inspiração E Canonicidade De Apocalipse!
1) Fui impactado por um professor de Análise E Desenvolvimento De Sistemas que de vez em quanto repetia para a classe repetia o provérbio
garbage in, garbage out
que equivale a dizer
se você aceita lixo como entrada, vai produzir
lixo na saída.
Portanto, amigo, falando com amor à
sua alma, mas curto e grosso, a primeira coisa que você deve fazer é se afastar
imediata, completa e definitivamente de todos e de tudo
que possam diminuir sua fé em qualquer letra de qualquer palavra da Bíblia. OK?
Afaste-se imediata,
completa e definitivamente de todos e de tudo que possam diminuir
sua fé em qualquer letra de qualquer palavra da Bíblia.
O ser humano tem uma tendência para um distúrbio, uma mania, misto de revisionismo e invencionismo, sempre buscando revisar algo que está estabelecido há séculos e milênios, por homens mais sinceros e competentes que ele, e sempre procurando inventar ou descobrir novas coisas que ninguém jamais descobriu ou inventou. Talvez raramente isso não seja uma perda de tempo ou um desastre, em outras áreas, mas, na área de Bíblia e teologia, essa obsessão por revisionar e inventar pode ser muito maléfica para ele e para outros, e tem sido o motor de centenas ou milhares de seitas e de desastres pessoais.
Eu exerci Engenharia Civil durante
anos, mas, depois de construído e entregue uma estrada ou edifício, sendo
aprovada pelo tempo e pelo uso, eu nunca fiquei conferindo meus cálculos, nem a
cada mês escavando para checar as fundações, etc.
Nunca andemos para trás mas sim para frente.
Estejamos sempre contruíndo sobre as verdades já estabelecidas (temos tanto a
fazer e crescer, para frente!), ao invés de cada dia retroceder, desmanchar, e
reexaminar o que já fizemos.
Cirurgiões vão fazer uma operação de 1 hora em meu neto, mas já estão demorando 5 horas, e um deles sai para me avisar que estão apenas deixando seus alunos fazerem e refazerem a cirurgia? Eu bradarei "Larguem, seus perversos! Deixem-no em paz, tragam-no fora, deem tudo por terminado, tirem-no dessa incessante mesa de cirurgias, tudo terminou bem, arrumem outra coisa para fazer!" Da mesma maneira digamos aos que há milhares de anos querem estar sempre usando bisturi e outras desgraças sobre a palavra de Deus.
2) Pequenas diferenças diferenças de estilo entre um e outro livro de um mesmo autor são esperáveis. Pode tomar qualquer autor e examinar por programas de computador o que ele escreveu aos 20/30 anos de idade, no país em que nasceu, em um livro sobre um assunto-1, e comparar com o que ele escreveu aos 80/100 anos de idade, em um outro país em que passou a morar já fazem anos, em um livro sobre um assunto-2, e você vai ficar surpreso que há algumas pequenas mudanças.
Exemplo-1, até meus 30 ou 35 anos eu sempre escrevia "Eu e fulano fomos a Recife", depois eu vi que meus melhores amigos crentes de alguns outros países sempre escrevem na ordem contrária, "Fulano e eu fomos a Recife ", e eu percebi que isto é mais educado e mais de acordo com o princípio bíblico de nos fazermos servos de todos, pormos o próximo em primeiro lugar e nós mesmos em derradeiro lugar, e desde então eu mudei meu modo de escrever, entende?
Exemplo-2, na minha vida acadêmica eu escrevi muitas apostilas de uso restrito à disciplina que estivesse ensinando, escrevi um livro impresso (de Matemática Discreta e Lógica), escrevi 2 teses na área de Ciência da Computação, e escrevi muitos artigos técnicos para congressos internacionais e nacionais, em inglês e português. Por outro lado, também escrevi umas 10 apostilas para cursos de teologia, depois uns 10 livros, e uns 1000 artigos de teologia no meu site Solascriptura-TT, e confesso a você que há grande diferença de vocabulário e estilo ente escritos técnicos, escritos teológicos, e cartas pessoais. Grande diferença. E, mesmo em uma só grande área, como teologia, há bastante diferença de vocabulário e estilo entre um meu sermão na feira pública, ou ensinando inteligentes jovens na igreja, ou falando a uma pequena igreja de agricultores inteligentes mas sem muito estudo, ou falando a um grupo de pastores mais experientes e sábios que eu. Grande diferença entre meu estilo na década de 80 e 90, e agora, em 2021.
Então, se você tomar as 3 epístolas de João (1Jo escrita na Judeia, 2Jo e 3Jo escritos em Éfeso), todas as 3 epístolas escritas no ano 69, estando João em liberdade e entre judeus cristãos, e as comparar com Apocalipse, escrita em 96 (27 anos depois), estando João prisioneiro e entre outros presos na maioria gentios descrentes, na ilha de Patmos, é de se esperar que haja pelo menos pequenas diferenças de vocabulário e estilo entre as epístolas e o Apocalipse. Ainda mais que:
- As epístolas visaram enfatizar os pontos essenciais do Evangelho, anunciar o Palavra da Vida para haver comunhão entre os crentes e entre eles e Pai e o Palavra, e avisar contra heresias incipientes;
- Apocalipse teve como objetivo primário e imediato o de preparar e fortalecer os cristãos de 7 das igrejas da Ásia Menor, para que permanecessem esperançosos e fiéis contra as perseguições por vir. Mas vai muito além, ao ensinar e preparar todos nós quanto ao futuro arrebatamento; ou contra a apostasia, o anticristo, falso profeta, diabo e demônios furiosos e restritos à terra, na grande tribulação; ou sobre o Armagedom, a vitória sobre todos os inimigos de Deus, as bênçãos do reino milenar, a revolta final, o julgamento e morte de todos os descrentes ainda vivos durante a tribulação, o aniquilamento de todo o universo, o julgamento do grande trono branco (todos os descrentes indo para o eterno lago de fogo com penas proporcionais às suas obras), a nova terra e o novo céu, a Nova Jerusalém, o estado final e eterno dos crentes e dos descrentes.
Portanto, é de se esperar que haja pequenas diferenças de vocabulário e estilo entre as epístolas e o Apocalipse.
3) Um livro é canônico quando, desde o seu 1º (primeiro!) dia, foi plenamente aceito por todo o fiel povo de Deus (católicos e alegoristas nunca o foram) como divinamente inspirado, pois ele realmente o é. Cânon significava originalmente "vara de medir", depois "norma ou regra" (Gl 6:16), e hoje significa "catálogo, fechado e intocável, de uma revelação completa e divina". A "canonização" de um livro não significa que homens lhe concederam autoridade e inspiração divina, mas sim que homens formalmente declararam oficialmente o que sempre foi reconhecido desde o princípio, por todos os crentes fieis e dirigidos pelo Espírito Santo (católicos e alegoristas nunca o foram).
"O
Concílio [católico romano e ecumênico] de Nicéia
[ano 323, dirigido pelo católico imperador
Constantino, o grande empoderador do catolicismo romano, certamente não salvo,
somente submerso (parcialmente) em águas depois de ser tido como morto ou a
minutos da morte],
[concílio
reunido com outro objetivo principal] não se reuniu para discutir [ou
determinar, conceder autoridade] quais são os livros que compunham [a soma
total de] o cânon do Novo Testamento. O Concílio de Niceia apenas RECONHECEU
quais eram os livros que a igreja, desde o início, considerou ser a
[verbalmente inspirada] Palavra de Deus." https://www.blueletterbible.org/faq/canon.cfm
4) https://www.michaeljkruger.com/the-book-of-revelation-how-difficult-was-its-journey-into-the-canon/
A. A recepção de Apocalipse [como
palavra de Deus] foi impressionante desde o início. Talvez nenhum outro livro do NT tenha tido maior
aceitação. Temos evidências de uma recepção precoce, ampla e consistente de
Apocalipse. Nossa evidência remonta a Papias (cerca do ano 125) e também inclui
Justino Mártir, Irineu, o Fragmento Muratoriano, Hipólito, Clemente de
Alexandria, Tertuliano e Orígenes. Essa é uma lista impressionante.
Além disso, é importante notar que quase todos esses pais da igreja
aceitaram o livro do Apocalipse pelos mesmos fundamentos, ou seja, a [unânime] crença
de que o apóstolo João, filho de Zebedeu, foi seu autor.
BW Bacon foi tão impressionado com a recepção inicial da Apocalipse que
ele foi capaz de dizer: "Não há
nenhum livro em todo o Novo Testamento, cujo atestado externo [testemunho dado a
respeito ele por escritores crentes dos séculos I e II] possa se comparar com o
de Apocalipse, quanto a proximidade, clareza, inquestionabilidade, positividade
da declaração [isto é, a declaração de total aceitação de sua plena e inerrável
inspiração de cada palavra]." ( The Making of the New
Testament , página 190).
B. As objeções ao livro de Apocalipse
vieram muito depois e foram muito limitadas. Nossa primeira evidência de qualquer objeção real ao livro do Apocalipse
vem da pessoa de Gaius no início do
terceiro século [entre 201 e 250 dC], que rejeitou o livro [por odiar muito do
que ensinava, por odiar os Montanistas por crerem no livro, e] com o fundamento
[imaginação, calúnia somente inventada por ele] de que era uma falsificação do
herege Cerinto. Curiosamente, esta é realmente a única objeção específica que já ouvimos de alguém que
rejeitou o livro (a maioria dos estudiosos concorda que o chamado "Alogoi"
mencionado mais tarde por Epifânio NÃO é um grupo real).
[Epifânio teria inventado a existência dos Alogoi, um grupo de cristãos heterodoxos (isto é, herético) na Ásia Menor que teria florescido em cerca do último ano do século II, 200 d.C., e teria ensinado que o Evangelho de João e o Apocalipse de João (Livro do Apocalipse) não eram obra do Apóstolo João, mas de seu adversário Cerinto.]
Dionísio [herético, alegorista bispo] de Alexandria [berço de heresias],
no final do século III [depois de 280 ?], argumenta que o Apocalipse foi
escrito por outro João além do apóstolo João. Eusébio [também muito herético] parece
concordar com ele. Mas, é importante notar que Dionísio NÃO rejeitou o livro
com base nisso (apesar da impressão que muitos dão de que ele o fez), mas ainda
considerou Apoclipse como sagrado e inspirado [embora declarando que seu autor
não foi o apóstolo João].
C. As objeções a Apocalipse nunca foram motivadas por fatos históricos
. Como observamos acima, a principal (e até certo
ponto, a única) pessoa que ofereceu objeções específicas ao livro de Apocalipse na igreja primitiva foi Gaius, que acreditava que o livro era
uma falsificação feita por Cerinto. Mas, o que o levou a essa conclusão? Não
foram os méritos históricos do livro, mas sim a objeção [o ódio] de Gaius ao
quiliasmo (a crença em um literal reino milenar Cristo [visível e corporalmente
reinando direta e fisicamente]).
[Aí está todo o problema: Quem se
aproxima da Bíblia já com a ideia fixa e imutável contra
<<<< futuros e literais arrebatamento; apostasia, anticristo,
falso profeta, diabo e demônios furiosos e restritos à terra, na grande
tribulação; Armagedom, a vitória sobre todos os inimigos de Deus, as bênçãos do
reino milenar, a revolta final, o julgamento e morte de todos os descrentes
ainda vivos durante a tribulação, o aniquilamento de todo o universo, o
julgamento do grande trono branco (todos os descrentes indo para o eterno lago
de fogo com penas proporcionais às suas obras), a nova terra e o novo céu, a
Nova Jerusalém, o estado final e eterno dos crentes e dos descrentes.>>>>,
esses rebeldes leem o Apocalipse e o rejeitam em ódio.
Mas quem se aproxima da Bíblia com a firme convicção de que toda ela, de capa a
capa, é a perfeita palavra de Deus em cada palavra e letra, este sai abençoado
de cada leitura do livro de Apocalipse. Ap 1:3 "Bem-aventurado [é] aquele [que está] lendo, e aqueles [homens] [que estão] dando ouvidos às palavras desta profecia, e preservando- e-
obedecendo às coisas nela tendo sido escritas; porque o tempo [está] vizinho. " Hélio.]
Gaius se opôs aos ensinamentos quiliásticos [afirmando o reino milenar de
Cristo] da igreja, particularmente ao quiliasmo que ele atribuiu a Cerinto. Há
pouca dúvida de que a referência a um milênio em Apocalipse 20 levou Gaius [pelo
seu ódio a isso e aos Montanistas] a presumir erroneamente que o Apocalipse foi
produto da pena de Cerinto.
D. Objeções ao livro de Apocalipse
foram finalmente resolvidas. Embora Gaius esteja
praticamente sozinho em suas objeções específicas
ao Apocalipse, aparentemente isso, depois, teve um efeito negativo em alguns
setores da igreja. Particularmente no Oriente [a igreja católica ortodoxa
grega, começada no século IV], houve um ressurgimento das dúvidas sobre o livro
a partir do século IV e depois.
No entanto, também houve muitos que apoiaram o livro. Ele foi afirmado
pelos sínodos [católicos romanos] de Hipona (c. 393) e Cartago (c. 397). Também
foi recebido por Filastrio de Brescia (c. 385), Rufino de Aquiléia (c. 404),
Jerônimo (c. 414) e Agostinho (c. 426). E a razão pela qual esses grupos
aceitaram o livro [de Apocalipse] era simples: era um livro antigo citado pelos pais da igreja primitiva como oficial.
E por isso, eventualmente, a opinião deles prevaleceu.
No final, a problemática jornada canônica do Apocalipse nos lembra de que o desenvolvimento do cânon do NT nem
sempre foi um assunto suave e puro. No entanto, também permanece o fato de que,
no caso do Apocalipse, os problemas tinham pouco a ver com os méritos
históricos do livro em si, mas sim com os pecadilhos teológicos particulares de
alguns na igreja primitiva [quem já tinha ódio a certas doutrinas, preferiu
procurar amputar ou modificar parte da Bíblia, ao invés de aceitá-la e de abandonar
as suas doutrinas que eram contrárias a ela]. Quando a história real do livro de
Apocalipse é compreendida, seu status canônico esgue-se e permanece de pé sobre
as poucas [tardias e fracas] dúvidas [levantadas].
https://www.michaeljkruger.com/the-book-of-revelation-how-difficult-was-its-journey-into-the-canon/
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Hélio de Menezes Silva
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http://solascriptura-tt.org/ (Sola
Scriptura TT - Guerreando Em Defesa Do Texto Tradicional (TT:
o Textus Receptus, TR), E Da FÉ (Corpo De Doutrina De Toda A Bíblia))
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo, na www.bvloja.com.br),
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