sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

 

0 Dom de Deus É a Fé ou a Salvação? [É a Salvação!]

 Dave Hunt

 (enviado por Mauro Graner)

Mais de uma das cartas críticas que recebi me acusou de ignorância sobre essa questão: “você não parece entender que a própria fé é um presente dado por Deus”. Que a fé é um dom é o maior fundamento principal do calvinismo. A passagem favorita oferecida como prova é Efésios 2:8-10. Mathison diz: “a fé salvadora é um dom de Deus, um resultado da obra regeneradora do Espírito Santo”. Storms reivindica, “inúmeros textos

afirmam que tal fé [salvadora] é o próprio dom gracioso de Deus (veja especialmente Efésios 2:8-9 [...])”. Clark declara: Um homem morto não pode [...] exercer fé em Jesus Cristo. A fé é uma atividade da vida espiritual, e sem a vida não pode haver atividade. Além disso, a fé [...] não vem por qualquer decisão independente. A Escritura é explícita, clara e inconfundível: "pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Efésios 2:8). Olhe para as palavras mais uma vez, “é o dom de Deus”. Se Deus não dá fé a um homem, quantidade alguma de força de vontade e decisão pode fabricar a fé para ele. Pelo contrário, o assunto dos últimos sete versos é a salvação, não a fé. O versículo 8, em seguida, declara a respeito da salvação, “pela graça sois salvos [...] ela [obviamente a salvação] é dom de Deus”. Não é a fé salvadora, mas ser salvo que é dom de Deus. É-nos dito constantemente que a vida eterna é “o dom de Deus” (Romanos 6:23; ver também João 4:10; Romanos 5:18; Hebreus 6:4, etc.). Não menos definitiva, como Calvino admitiu e, em seguida, tentou negar, é a afirmação de que “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus”. Não há base bíblica para sugerir que Deus dá a fé salvadora a um grupo seleto e nega a outros. Além disso, a construção do grego em Efésios 2:8-10 torna impossível para a fé ser o dom. Tal é o veredicto de muitas autoridades em grego, incluindo Alford, F. F. Bruce, A. T. Robertson, W. E. Vine, Scofield e outros. Vance observa que "uma testemunha da verdade das Escrituras contra a interpretação calvinista da ‘fé-dom’ pode ser encontrada nos gramáticos gregos”. Ele lista W. Robertson Nicoll, Kenneth S. Wuest, Marvin R. Vincent , e outros. Entre as razões que os especialistas citam está o fato de que a palavra fé é um substantivo feminino, enquanto o pronome demonstrativo isto (“e isto não vem de vós, é dom”) é neutro e, portanto, não poderia se referir à fé. Nem a gramática, como W. G. MacDonald diz, “consente ‘fé’ ser o antecedente de ‘isto’”. É claro, “é” não está no grego, mas foi adicionado para maior clareza pelos tradutores da Bíblia King James e, portanto, está em itálico. Também não se exige um conhecimento do grego, mas simplesmente prestar atenção a todo o contexto da Efésios 2:8-10, para perceber que a salvação, não a fé, é "o dom de Deus” — como toda a Escritura testifica. Um número de outras autoridades em grego poderiam ser citadas para esse efeito. Apesar de ser um calvinista, F. F. Bruce, explica: “o fato de que o pronome demonstrativo ‘isto’ é neutro no grego (toufo), ao passo que ‘fé’ é um substantivo feminino (pistis), combina com outras considerações a sugerir que é todo o conceito de salvação pela graça mediante a fé que é descrito como um dom de Deus. Essa, aliás, foi a interpretação de Calvino”58. O próprio Calvino reconheceu, “mas eles geralmente interpretam mal esse texto, e restringem a palavra "dom” somente a fé. Mas Paulo [...] não quer dizer que a fé é o dom de Deus,mas que a salvação é dada a nós por Deus [,..]”59. Assim, White e outros calvinistas zelosos que insistem hoje que a fé é o dom estão contradizendo não apenas a construção grega, mas o próprio João Calvino.

 

(Que amor é este? – Dave Hunt)

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