A Teoria Revisada das “Duas Vontades Conflitantes” [Em Deus]
Autor: Dave Hunt
(enviado por Mauro Graner)
"Portanto, eu afirmo, de acordo com João 3:16 e
1 Timóteo 2:4, que Deus ama o mundo, com uma profunda compaixão e que deseja a
salvação de todos os homens. No entanto, eu
também afirmo que Deus escolheu, desde antes
da fundação do mundo, a quem vai salvar do pecado. Uma vez que nem todas as
pessoas são salvas, devemos escolher se queremos acreditar (conforme os arminianos)
que a vontade de Deus de salvar todas as pessoas está contida pelo Seu
compromisso com a autodeterminação humana ou se queremos acreditar (conforme os
calvinistas) que a vontade de Deus em salvar todas as pessoas está contida pelo
Seu compromisso com a glorificação de Sua graça soberana (Efésios 1:6, 12, 14;
Romanos 9:22-23) [...]. Este livro pretende mostrar que, a soberania da graça
de Deus na salvação é ensinada nas Escrituras. Minha contribuição foi
simplesmente mostrar que a vontade de Deus para que todos os homens sejam salvos não está em desacordo
com a soberania da graça de Deus na eleição. Ou seja, a minha resposta à
pergunta sobre o que restringe a vontade de Deus de salvar todas as pessoas é o
Seu compromisso supremo em defender e expor a extensão completa de Sua glória,
através da demonstração soberana da ira e da Sua misericórdia, para o gozo dos
Seus eleitos e dos crentes de toda tribo, língua e nação."
Mais uma vez, temos uma descarada contradição de Piper. Em
Seu grande amor e compaixão. Deus “deseja a salvação de todos os homens”. No
entanto, para “expor a completa extensão da Sua glória”, Ele não salva a todos — e isso apesar da insistência de que
Ele poderia salvar a todos, se Ele assim o desejasse. Vamos ver se entendi: o
Deus de Piper deseja a salvação de todos os
homens; em Sua imposição soberana da graça irresistível, Ele poderia salvar a
todos, mas não o faz, a fim de demonstrar a Sua ira. Aqui, nós temos a mais
clara contradição possível. Como pode o calvinista, escapar dela? Ah, Piper
encontrou uma forma engenhosa de afirmar que Deus ama e, realmente, quer salvar
até mesmo aqueles a quem Ele predestinou à condenação desde a eternidade
passada: Deus tem duas vontades que, embora elas se contradigam entre si, estão
realmente em acordo secretamente.
Estamos sendo levados à loucura, na medida em que as palavras
perderam o seu significado? Somos convidados a crer que não há contradição,
pois Deus não se contradiz ao promover a “demonstração soberana da Sua ira e da
Sua misericórdia”! O raciocínio de Piper falha, mais uma vez. Condenar bilhões
certamente demonstra a ira de Deus, mas como isso O glorificaria em Sua
misericórdia? E, mesmo que esse fosse o caso, não há meio algum de conciliar a
reprovação com as claras expressões do amor de Deus e do Seu desejo de salvar a
todos — expressões que Piper,
de forma anticalvinista, afirma aceitar, pelo valor conforme apresentado. Piper
ainda tem outro problema. Deus não Se contradiz. Portanto, Piper deve conciliar
o que ele chama de “duas vontades” de Deus, ao mostrar que elas estão
de acordo, mesmo que elas diretamente não concordem e invalidem uma à outra. E
isso ele falha em fazer, porque é impossível. A contradição é uma contradição
e, não há qualquer maneira honesta onde duas proposições contraditórias possam
ser manipuladas a um acordo. Piper está seguindo Calvino, que caiu no mesmo
equívoco. Ele disse: “este é o Seu maravilhoso amor para com a
raça humana, que Ele deseja que todos os homens sejam salvos e ainda está
determinado a trazer o que perece a segurança [...]. Deus está determinado a
receber todos os homens, em arrependimento, de modo que nenhum pereça”34. Isso poderia ser o mesmo que João Calvino declarou tantas vezes e tão
claramente que desde a eternidade passada Deus predestinou bilhões à
condenação? Será que o Deus de Calvino é esquizofrênico? Muito parecido com as
“duas vontades” de Piper, Calvino recuou a respeito de uma “vontade secreta”:
“nenhuma menção é feita aqui de um decreto secreto de Deus, pelo qual os ímpios
são condenados à sua própria ruína”. Sproul tenta jogar a mesma corda quebrada.
Bryson responde razoável e sucintamente: "Assim, os
calvinistas estão em uma posição estranha, ao afirmar que fazem uma oferta
válida de salvação (ao não eleito) [...], enquanto negam [que] a única provisão
de salvação (ou seja, a morte de Cristo) seja para o não eleito [...] [e, ao
dizerem] que o não eleito não pode, possivelmente, crer no [Evangelho] [...]." Para adicionar insulto ã
injúria, eles afirmam que essa é, exatamente, a maneira que Deus (desde toda a
eternidade) desejou que fosse. Os calvinistas afirmam que a vontade e as ações
do homem não podem estar em conflito com a vontade de Deus, pois isso, tornaria
o homem maior que Deus. Essa posição antibíblica, a respeito da soberania de
Deus leva-os a propor que as duas vontades em conflito não são a vontade de
Deus e a vontade do homem, mas as duas vontades do designo de Deus. Em outras
palavras, eles afirmam que a batalha não é entre Deus e o homem,
como diz a Bíblia, mas, antes, Deus contra Si mesmo, conforme insiste o calvinismo. Deus
está sendo deturpado.
(Que amor é este? – Dave Hunt)
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