PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Dave Hunt
(enviado por Mauro Graner)
UMA INCERTEZA ENDÊMICA DA SALVAÇÃO
Estranhamente, a razão para tal incerteza entre os calvinistas
é encontrado onde se esperaria segurança — no “P” da TULIP: Perseverança dos
Santos. Claramente, a ênfase está sobre a fidelidade do crente em perseverar —
não sobre o poder mantenedor de Deus. Estranhamente, a certeza da salvação e da
confiança no destino eterno não foram encontrados no quinto ponto do
calvinismo, onde seria de esperar. Também não podem ser encontrados nos outros
quatro pontos. Embora muitos calvinistas negariam, a incerteza quanto à própria
salvação final é, na verdade, construída na própria estrutura do próprio
calvinismo. Congdon escreve: “a segurança absoluta da salvação é impossível no
calvinismo clássico [...] [grifo dele]. Entenda o porquê: visto que as obras
são um resultado inevitável da ‘verdadeira’ salvação, só se pode saber que se é
salvo pela presença de boas obras. Mas já que ninguém é perfeito [...] qualquer
garantia é na melhor das hipóteses imperfeita também. Portanto, você pode
pensar que creu em Jesus Cristo, pode pensar que teve fé salvadora, mas estar
redondamente enganado [...], e por que não dizer ‘não salvo’, estar totalmente
cego ao fato de que você é um não são salvos [...]! R.C. Sproul [...] em um artigo
intitulado ‘Certeza da Salvação’, escreve: ‘Há pessoas neste mundo que não são
salvas, mas que estão convencidas de que são’ [...]”.“Quando a nossa certeza de
salvação está baseada, afinal, em nossas/obras, nunca podemos ter certeza
absoluta [...]! Mas a Escritura desencoraja dando garantia objetiva da
salvação? Dificilmente! Pelo contrário, o Senhor Jesus (João 5:24), Paulo
(Romanos 8:38-39), e João (1 João 5:11-13) não têm escrúpulos em oferecer
garantia absoluta, objetiva da salvação. Além disso, as obras nunca são
incluídas como um requisito para a segurança”. Bob Wilkin da Grace Evangelical
Society relata o que ouviu na Conferência Nacional Ligonier de Sproul (com
cerca de 5.000 presentes), de 15 a 17 de junho de 2000, em Orlando, Florida: John
Piper [...] descreveu a si mesmo como “um calvinista de sete pontos” [...] [e
disse] que nenhum cristão pode ter certeza que ele é um verdadeiro crente;
consequentemente, há uma necessidade constante de ser dedicado ao Senhor e
negar a nós mesmos, para que possamos ter certeza. Devemos perseverar até o fim
na fé, se quisermos ser salvos. Isso me pareceu estranho, uma vez que não havia
tanta ênfase na soberania de Deus nesta conferência. No entanto, quando esse
assunto vem diretamente, dentro de uma perspectiva reformada Deus usa o medo do
inferno para motivar os cristãos a viver para Ele. Meu coração está pesado,
enquanto escrevo isso de Orlando. Eu me sinto um fardo para as pessoas aqui.
Por quê? Devido a sua teologia faz a segurança impossível. Essa [falta de
segurança] permeou toda a conferência. Que comentário, que a falta de certeza
de salvação permeou a Conferência Nacional Ligonier com grandes oradores
calvinistas! Por que deveria ser? Porque o calvinista não pode contar com a
promessa de Cristo da vida eterna no evangelho (visto que a promessa é somente
ao eleito), sua segurança está em ser um dos eleitos — mas como ele pode estar
certo de que ele é? Piper escreve: “nós acreditamos em segurança eterna [...],
a segurança eterna dos eleitos”. E lá enfrenta um problema sério: como pode qualquer
calvinista ter certeza de que ele está entre a companhia seleta dos predestinados
para o céu? Ele não pode. Não há um versículo na Bíblia dizendo a pessoa alguma
como ter certeza de que ele está entre os eleitos. Ainda que Cristo ordenou que
o evangelho seja pregado a todas as pessoas que vivem em todo o mundo, o
calvinista diz que o evangelho é eficaz apenas para os eleitos. Outros podem
imaginar que creem no evangelho, mas não tendo sido soberanamente regenerado,
sua fé não é de Deus e não vai salvar. Como Sproul e seus colegas editores
declaram: “o fruto da regeneração é a fé. A regeneração precede a fé”. Na
verdade, o evangelho oferece uma falsa esperança para os não eleitos e, de
fato, os condena. Assim, crendo que o evangelho é de nenhum valor a menos que
se tenha primeiro sido soberanamente regenerado por Deus sem a fé, tendo sido
predestinado para a salvação. No entanto, a predestinação foi determinada por
Deus na eternidade passada e, como Packer escreve: “decretado por seu conselho
secreto para nós”" — então, como é que essa doutrina pode dar segurança a
ninguém hoje em dia? Quem pode saber que está entre os eleitos predestinados
secretamente? Não é de se admirar, então, que muitos calvinistas são
atormentados por dúvidas concernente sua salvação. Ao se deparar com tais dúvidas,
Van Overloop dá o conselho animador a “esperar fervorosamente por uma temporada
de graça mais rica”. Otis, por outro lado, sugere que “uma das provas de que
somos genuinamente salvos é que a nossa fé perseverará até o fim de nossas
vidas”. Mas, e se dúvidas surgem, como as enfrentadas por “quase todos os
‘teólogos’ puritanos”?
(Que amor é este? – Dave Hunt)
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