segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 

PERSEVERANÇA DOS SANTOS

Dave Hunt
(enviado por Mauro Graner)

 A segurança bíblica da salvação não depende do seu desempenho, mas sobre a verdade do evangelho que Cristo morreu pelos pecados do mundo, e sobre a promessa de que quem crê Nele recebe o dom gratuito e incondicional da vida eterna. Em contraste, a segurança do calvinista está em Deus tê-lo predestinado a vida eterna como um dos eleitos. Coppes insiste que “a resposta de Deus a dúvida [...] a única fonte adequada de segurança da salvação [...] de ir ao céu (glorificação) é a doutrina da predestinação”. Essa visão tem sérios problemas, como veremos. Como é que o calvinista sabe que ele é um dos eleitos que foram predestinados?

Sua atuação desempenha um grande papel em ajudá-lo a saber se ele está ou não entre esse grupo seleto. Em contraste, a minha fé, esperança, confiança, e segurança está no meu Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que pagou na cruz toda a penalidade pelos meus pecados. Portanto, segundo a Sua promessa, que eu cri, os meus pecados estão perdoados. Eu nasci de novo na família de Deus como seu querido filho. O céu é o meu lar eterno. Minha esperança está só em Cristo. Cristo chama: “vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (Mateus 11:28). Cheio de pecado, eu vim a Ele e, como Ele prometeu, encontrei o descanso eterno somente Nele. Cristo assegura “aquele que vem a Mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37). Eu vim a Ele pela fé em Sua Palavra e Ele nunca vai me expulsar — ou seja, eu nunca poderei ser perdido. Minha segurança está em Sua promessa e no poder mantenedor, não em meus esforços ou performance. Ele disse: “Eu lhes dou [minhas ovelhas] vida eterna, e jamais perecerão” (João 10:28). Seria estranho “vida eterna", na verdade, se fosse minha hoje pelo Seu dom gracioso e tomada por Seu julgamento amanhã. No entanto, muitos cristãos professos (incluindo muitos calvinistas de cinco pontos que acreditam na Perseverança dos Santos) estão preocupados com dúvidas sobre a sua salvação. Dúvidas assaltam até mesmo líderes calvinistas. Zane C. Hodges ressalta que “o resultado dessa teologia é desastrosa. Uma vez que, segundo a crença puritana, a genuinidade da fé de um homem só pode ser determinada pela vida que segue, a certeza da salvação torna-se impossível, no momento da conversão”. E, pode-se acrescentar, em qualquer ocasião posterior também, se a vida já não cumpre o padrão bíblico. Piper e sua equipe escreveram, “devemos também confessar até o fato de que nossa salvação final é feita contingente sobre a obediência subsequente que vem da fé”. Um pequeno conforto ou garantia na minha capacidade de obedecer! Na verdade, o quinto ponto é chamado perseverança dos santos, colocando o ônus sobre mim. Não é de se admirar, então, como R. T. Kendall comentou, que “quase todos os ‘teólogos’ puritanos passaram por uma grande dúvida e desespero em seus leitos de morte quando perceberam que suas vidas não deram uma prova perfeita de que eles eram eleitos”. Armínio, por outro lado, ao contrário do rótulo falso ligado a ele por seus inimigos, teve perfeita segurança. Ele declarou confiantemente que o crente pode “sair desta vida [...] para comparecer perante o Trono da Graça, sem qualquer medo ansioso [...]”.

UMA INCERTEZA ENDÊMICA DA SALVAÇÃO

Estranhamente, a razão para tal incerteza entre os calvinistas é encontrado onde se esperaria segurança — no “P” da TULIP: Perseverança dos Santos. Claramente, a ênfase está sobre a fidelidade do crente em perseverar — não sobre o poder mantenedor de Deus. Estranhamente, a certeza da salvação e da confiança no destino eterno não foram encontrados no quinto ponto do calvinismo, onde seria de esperar. Também não podem ser encontrados nos outros quatro pontos. Embora muitos calvinistas negariam, a incerteza quanto à própria salvação final é, na verdade, construída na própria estrutura do próprio calvinismo. Congdon escreve: “a segurança absoluta da salvação é impossível no calvinismo clássico [...] [grifo dele]. Entenda o porquê: visto que as obras são um resultado inevitável da ‘verdadeira’ salvação, só se pode saber que se é salvo pela presença de boas obras. Mas já que ninguém é perfeito [...] qualquer garantia é na melhor das hipóteses imperfeita também. Portanto, você pode pensar que creu em Jesus Cristo, pode pensar que teve fé salvadora, mas estar redondamente enganado [...], e por que não dizer ‘não salvo’, estar totalmente cego ao fato de que você é um não são salvos [...]! R.C. Sproul [...] em um artigo intitulado ‘Certeza da Salvação’, escreve: ‘Há pessoas neste mundo que não são salvas, mas que estão convencidas de que são’ [...]”.“Quando a nossa certeza de salvação está baseada, afinal, em nossas/obras, nunca podemos ter certeza absoluta [...]! Mas a Escritura desencoraja dando garantia objetiva da salvação? Dificilmente! Pelo contrário, o Senhor Jesus (João 5:24), Paulo (Romanos 8:38-39), e João (1 João 5:11-13) não têm escrúpulos em oferecer garantia absoluta, objetiva da salvação. Além disso, as obras nunca são incluídas como um requisito para a segurança”. Bob Wilkin da Grace Evangelical Society relata o que ouviu na Conferência Nacional Ligonier de Sproul (com cerca de 5.000 presentes), de 15 a 17 de junho de 2000, em Orlando, Florida: John Piper [...] descreveu a si mesmo como “um calvinista de sete pontos” [...] [e disse] que nenhum cristão pode ter certeza que ele é um verdadeiro crente; consequentemente, há uma necessidade constante de ser dedicado ao Senhor e negar a nós mesmos, para que possamos ter certeza. Devemos perseverar até o fim na fé, se quisermos ser salvos. Isso me pareceu estranho, uma vez que não havia tanta ênfase na soberania de Deus nesta conferência. No entanto, quando esse assunto vem diretamente, dentro de uma perspectiva reformada Deus usa o medo do inferno para motivar os cristãos a viver para Ele. Meu coração está pesado, enquanto escrevo isso de Orlando. Eu me sinto um fardo para as pessoas aqui. Por quê? Devido a sua teologia faz a segurança impossível. Essa [falta de segurança] permeou toda a conferência. Que comentário, que a falta de certeza de salvação permeou a Conferência Nacional Ligonier com grandes oradores calvinistas! Por que deveria ser? Porque o calvinista não pode contar com a promessa de Cristo da vida eterna no evangelho (visto que a promessa é somente ao eleito), sua segurança está em ser um dos eleitos — mas como ele pode estar certo de que ele é? Piper escreve: “nós acreditamos em segurança eterna [...], a segurança eterna dos eleitos”. E lá enfrenta um problema sério: como pode qualquer calvinista ter certeza de que ele está entre a companhia seleta dos predestinados para o céu? Ele não pode. Não há um versículo na Bíblia dizendo a pessoa alguma como ter certeza de que ele está entre os eleitos. Ainda que Cristo ordenou que o evangelho seja pregado a todas as pessoas que vivem em todo o mundo, o calvinista diz que o evangelho é eficaz apenas para os eleitos. Outros podem imaginar que creem no evangelho, mas não tendo sido soberanamente regenerado, sua fé não é de Deus e não vai salvar. Como Sproul e seus colegas editores declaram: “o fruto da regeneração é a fé. A regeneração precede a fé”. Na verdade, o evangelho oferece uma falsa esperança para os não eleitos e, de fato, os condena. Assim, crendo que o evangelho é de nenhum valor a menos que se tenha primeiro sido soberanamente regenerado por Deus sem a fé, tendo sido predestinado para a salvação. No entanto, a predestinação foi determinada por Deus na eternidade passada e, como Packer escreve: “decretado por seu conselho secreto para nós”" — então, como é que essa doutrina pode dar segurança a ninguém hoje em dia? Quem pode saber que está entre os eleitos predestinados secretamente? Não é de se admirar, então, que muitos calvinistas são atormentados por dúvidas concernente sua salvação. Ao se deparar com tais dúvidas, Van Overloop dá o conselho animador a “esperar fervorosamente por uma temporada de graça mais rica”. Otis, por outro lado, sugere que “uma das provas de que somos genuinamente salvos é que a nossa fé perseverará até o fim de nossas vidas”. Mas, e se dúvidas surgem, como as enfrentadas por “quase todos os ‘teólogos’ puritanos”?

(Que amor é este? – Dave Hunt)

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